Francesco Farioli afasta avançado do FC Porto

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O primeiro jogo de Farioli foi o melhor jogo de Anselmi

Está elétrico o dragão, está a cuspir fogo e a andar para a frente. Mais diferente não podia haver

Quando se parte do zero o destino é sempre infinitamente melhor. Nesse sentido, até o pior FC Porto de Francesco Farioli seria melhor que o melhor FC Porto de Martín Anselmi – isso existiu, sequer?

 

Mas este é outro FC Porto. Não é o melhor de Farioli. Não podia ser, e na ótica portista é mesmo melhor que não seja, mas é o augúrio de algo muito bom para a nação azul e branca, que voltou a vibrar no Estádio do Dragão como há muito não se lhe via.

 

Uma equipa eletrizante e ligada à rede durante quase todo o jogo. Só isso explica a quantidade de bolas que foram recuperadas ainda no primeiro terço do Vitória.

 

Do Vitória, pois, que a partida inaugural deste campeonato não foi contra um adversário qualquer, o que até se viu a espaços em algumas intranquilidades da defesa portista.

Só que até aí a música é outra: mesmo que Nehuén Pérez ainda pareça estar desfasado da qualidade que todos achamos que pode ter – que erro já no fim do jogo, com Diogo Costa a salvar-lhe a pele quase no meio-campo -, ao seu lado ergue-se Jan Bednarek, uma espécie de Seba Coates versão azul e branca.

Nos poucos calafrios que a defesa do FC Porto foi tendo, o central polaco, que foi apresentado pelo “E2ERNO Capitão” Jorge Costa, mostrou que é claramente um acrescento e pode ser um digno sucessor de figuras mais recentes no comando da defesa. Depois de ter intercetado duas bolas, foi mesmo em cima da linha que evitou que o Vitória marcasse. Acabaria por sair num lance em que varreu a bola e se lesionou.

 

Voltando à frente, o FC Porto revitalizou jogadores e acrescentou outros. Este Pepê nós sabíamos que existia, só que não o vimos um ano inteiro. Agora voltou em grande, para marcar, assistir e fazer tudo irrequietamente. O mesmo é válido para Alan Varela.

 

E só isso explica que pelo menos tenham existido remates. Mesmo que maus, existiram, o que antes não era dado adquirido. E isso traduz-se em golos: esta segunda-feira foram três, coisa que com Anselmi tinha acontecido apenas três vezes em 21 jogos.

 

Samu, mesmo com os seus defeitos, que só ele tem, acrescenta coisas que também só ele tem. O golo de cabeça é um portento de físico e a recarga para o 3-0 é da fome incessante de um ponta de lança sempre insatisfeito. O espanhol vai perder muitos golos, mas há muita coisa que o FC Porto vai fazer que só vai conseguir com ele.

A subida de qualidade, essa, também se explica pela entrada de jogadores como Gabri Veiga. Que pezinhos tem o espanhol. Nota-se a cada passo dado com a bola nos pés. Mas também lhe acrescenta a agressividade defensiva e um equilíbrio sempre necessário, sobretudo em jogos como este, em que se espera que o adversário tente qualquer coisa, como tentou.

 

Dito tudo isto, este jogo foi o melhor que Anselmi deu ao FC Porto. Esvaziá-lo quase até ao fundo para de lá de dentro sair uma alma de um dragão renovado. Nesse sentido, o treinador argentino esteve muito presente na partida, nem que seja pela total ausência das suas ideias e equívocos. Resta dizer que nem tudo foi culpa do homem que chegou do Cruz Azul, até porque a diferença está à vista: do último jogo da época passada para o primeiro da nova época saltou apenas um jogador.

 

Esta segunda-feira em especial, renovado pela eterna presença de Jorge Costa.

 

Mais estranho é ver Rodrigo Mora no banco. Acontece e tem de acontecer, mas os melhores são para jogar sempre. Não foi hoje, será para a próxima, certamente.

 

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