Di María no FC Porto

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Di María apresentado no Rosario Central: «Vale mais do que tudo o que ganhei»

Ex-avançado do Benfica em lágrimas no momento da apresentação, que não esqueceu os tempos em que esteve em Portugal e… uma capa de A BOLA

Foi na manhã desta segunda-feira que Di María chegou, pela primeira vez em 18 anos, ao centro de estágios do Rosario Central para voltar a treinar com a equipa que o lançou para o mundo do futebol. Saiu um menino de 19 anos, chegou ao Benfica e é das águias que partiu para a cidade de Rosário. Pelo meio, tornou-se campeão europeu pelo Real Madrid, campeão do Mundo pela Argentina e um dos mais badalados nomes da história do futebol mundial.

 

O impacto não foi indiferente aos que, horas antes da apresentação, numa altura em que Di María já treinava pela primeira vez, se juntavam às portas do Estádio Gigante de Arroyito. Foi na casa do clube argentino que o esquerdino foi recebido para uma conferência de imprensa, marcada para as 13 horas locais, 17 horas de Portugal Continental. «Um campeão do Mundo está de regresso a casa, com a sua família, com a sua gente. Bem-vindo, Ángel Di María!»

Obrigado por estarem aqui.» Só estas palavras saíram da boca de Di María antes das lágrimas interromperem o discurso, para mais um aplauso da sala de imprensa. «É algo muito lindo, já o sonhava há muito. Antes não pude, mas estou cá com a minha família, como desejava, poder treinar, vestir a camisola e voltar a sentir-me um jogador do Rosario Central. Estou muito orgulhoso de tudo o que fiz, mas isto é mais que tudo o resto. É algo muito especial», prosseguiu, depois de se recompor. Seguiu-se o momento de recordar os momentos da carreira de Di María, não só no Rosario, mas também noutras paragens, incluindo no Benfica. E uma capa de A BOLA não foi esquecida: a 24 de novembro, o nosso jornal destacou o hat trick do argentino em 26 minutos em goleada por 7-0 sobre o Estrela da Amadora.

Falta algo na minha carreira? Ser campeão no Rosario Central. Tive sonhos, cumpri-os e o próximo é ser campeão», continuou Di María, para mais um aplauso na sala. «A chegada foi melhor do que esperava. Vestir a camisola, voltar a treinar foi algo que sonhava e mais que isso. Não conseguia acreditar que estava a treinar, a cumprir esse sonho. Foi como na primeira vez que cheguei à equipa principal, senti essa sensação, essa adrenalina. Foi muito lindo e desfrutei muito do primeiro treino. Espero que assim continue», adicionou

Apesar de querer reformar-se no clube, não é algo que queira para já. «Sempre disse que queria acabar a carreira aqui, mas não penso nisso. Penso em ajudar a equipa, depois logo vejo quando me retiro. Quero jogar e ser feliz, como fiz em toda a minha carreira.» E logo a seguir, novo momento de emoção. «Falei disto com a minha mulher. Ela é que me apoia, esteve sempre comigo, fez tudo por mim sempre. Hoje estou cá graças à minha família e ao amor que tenho pelo Rosario Central», prosseguiu, falando, a seguir, da possível estreia: «Têm de perguntar ao treinador se jogo no sábado ou não! Hoje já treinei, sinto-me bem. Estes dias de férias foram poucos, mas pareceram ser muitos, porque tinha muita vontade de voltar. Seguramente o sábado será maravilhoso. Depois veremos se jogo ou não, isso é decisão do treino. Mas a vontade de que chegue sábado está aqui.»

 

Porquê a chegada neste momento? «Queria que fosse antes, mas não pôde ser. Mas isso ficou para trás. A única coisa que tinha na cabeça era vir», disse, referindo-se ao facto de, em 2024, ter sido ameaçado e, por isso, não ter podido rumar a Rosário. «Desde aí, eu e a minha mulher decidimos que ficaríamos mais um ano na Europa com o sonho de podermos vir este ano. Quando os meses começaram a passar, comecei a pensar em voltar, voltei a falar com o Gonzalo [Belloso, presidente do Rosario Central] para aclarar as coisas para poder regressar», continuou. «As minhas filhas nasceram a saber o que era o Central, na minha casa vive-se a paixão pelo Central», adicionou ainda.

As ameaças de que Di María foi alvo voltaram a ser questão. «Sinceramente, cheguei a pensar que não poderia voltar. Mas a paixão que sinto, a vontade que tinha… As coisas más já passaram e agora estou aqui. A minha vida foi sempre assim: chocava e seguia, chocava e seguia. Foi assim em toda a minha carreira e aqui não seria diferente. Tive sempre esse sonho e ao meu lado tive sempre a família que me ajudou a cumpri-lo e que tinha o sonho também de voltar a viver em Rosário», respondeu.

 

Na conclusão da conferência de imprensa, voltou o desejo: «Aquilo com que sonhamos é em ser campeões. Faremos tudo para conseguir esse objetivo. Estamos só no campeonato e estamos totalmente focados nele.» Depois, foi o momento do regresso: perante dezenas de adeptos e junto da esposa e das filhas, Ángel Di María voltou a pisar o relvado do Estádio Gigante de Arroyito. 18 anos depois, com as lágrimas nos olhos, El Fideo voltou a vestir a camisola azul e amarela no palco de onde, em 2007, saiu para o Benfica.

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